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20 de outubro de 2016

Leituras: blogue Os Voluntários Reaes: 1814-1824



Sugestão de leitura
OS VOLUNTÁRIOS REAES
blogue

No final de 1814 foi mandada aprontar uma divisão de voluntários, a ser composta de pouco menos de 5000 militares das três armas, com o objetivo de intervir no sul do Brasil. Este blogue é uma humilde contribuição para o conhecimento da história da Divisão de Voluntários Reais do Príncipe, e depois d'El-Rei, entre 1815 e 1824. 


Comemorando o bicentenário da campanha de Montevidéu 1816-2016


http://dvr18151823.blogspot.pt/

11 de janeiro de 2016

Apontamentos históricos a respeito dos movimentos e ataques das forças general Carlos Frederico Lecor na Banda Oriental desde 1816 até 1823 (Lobo Barreto)


Apontamentos históricos a respeito dos movimentos e ataques das forças do comando do general Carlos Frederico Lecor, quando se occupou a Banda Oriental do rio da Prata desde 1816 até 1823 com que a Divisão dos Voluntários Reaes evacuou a praça de Montevidéu (Por uma testemunha ocular)

[As memórias de João da Cunha Lobo Barreto, que foi em tenente de caçadores na Divisão de Voluntários Reais.]

15 de dezembro de 2014

Pintura: Revista das tropas destinadas a Montevidéu, de Debret


J.B. Debret, “Revista das tropas destinadas a Montevidéu, na Praia Grande, 1816”, óleo sobre cartão colado sobre tela, 41,6 X 62,9, Pinacoteca de São Paulo

"No centro, um grupo de cavaleiros: o rei D. João VI, em cavalo branco, tem à direita o príncipe  D. Pedro e o infante D. Miguel e à esquerda, montada, a amazona a 'infanta viúva' D. Maria Teresa.  Esses quatro personagens viviam no Palácio de S. Cristóvão e formavam, como comenta o pintor na descrição do 'Embarque das Tropas', o grupo 'inseparável que se encontrava diariamente a cavalo ou de carro'. No pequeno carro, atrás do rei, vislumbra-se o busto do Conde da Barca, então ministro e secretário de Estado. à esquerda de D. Miguel, também a cavalo, o marechal Lord Beresford, comandante em chefe das tropas portuguesas, em atitude respeitosa, tem, na mão direita, o chapéu armado e se  dirige ao soberano para indicar-lhe ter terminado o desfile e solicitar-lhe autorização para o início de outros exercícios militares. Atrás, à direita dos cavaleiros e do carro do Conde da Barca, estão a rainha D. Carlota Joaquina e as filhas 'que ela nunca abandonava', como assinala também Debret, em um grande coche aberto, protegido do sol por toldo sobre ele estendido. À sua sombra, vêem-se quatro damas e o cocheiro em grande uniforme. No primeiro plano, à direita, está um grupo de oficiais entre os quais sobressai, em cavalo branco, o tenente-general Carlos Frederico Lecor, comandante dos Voluntários e mais tarde governador da Província Cisplatina e Visconde da Laguna [NB: Também se notam o Ajudante-General da DVR, marechal de campo Sebastião  Pinto de Araújo Correia, os dois comandantes de brigada, brigadeiros Jorge de Avillez (Zuzarte Ferreira de Sousa) (1785-1845) e Francisco Homem de Magalhães Quevedo Pizarro (1776-1819)]. No primeiro plano, à esquerda, um batalhão de caçadores, que parece ser o último do desfile, recebe ordens de um oficial a cavalo enquanto outro, chegando a galope, a ele se aproxima [NB:  o segundo oficial traja de azul ferrete, logo é bastante provável que seja de Cavalaria; o primeiro oficial a cavalo é claramente oficial superior do batalhão]. No segundo plano, um pouco à direita, dois generais e seus ajudantes de ordens galopam em direção à tropa. À esquerda, está o morro da Armação, já atingido por um batalhão e para ele dois outros se dirigem. A fumaça que acompanha as estradas de acesso parece indicar que se inicia a 'guerra simulada' a que se refere Debret. Ao fundo, o Corcovado, o Pão de Açúcar e outras serras, do outro lado da baía."

IN: João Hermes Pereira de Araújo, "As primeiras obras de Debret e Taunay pintadas no Brasil" in: Anais do Seminário Internacional D. João VI Um Rei Aclamado na América, Museu Histórico Nacional, 2000, Rio de Janeiro. pp. 202-207

As minhas notas, entre parênteses retos. Serão NB: Nota do bloguista.

Ligações
Óleo na Google Art Projecto (foto de Isabella Matheus) : ver
Pinacoteca Estadual de São Paulo: http://www.pinacoteca.org.br

Veja Também

"Revista das Tropas Destinadas a Montevidéu (13MAI1816)": http://lecor.blogspot.pt/2013/02/revista-das-tropas-destinadas.html

23 de julho de 2014

Marcha terrestre da Divisão de Voluntários Reais d'el-Rei, desde julho de 1816


Ver Marcha DVRR 1816 num mapa maior

Entre Julho e Agosto de 1816, os cerca de 5000 homens e mulheres da Divisão de Voluntários Reais do Rei, em duas brigadas de um regimento de infantaria e um batalhão de caçadores cada, mais dois corpos de cavalaria e a brigada de artilharia, iniciaram a marcha terrestre desde a então Vila Nova do Desterro, hoje Florianópolis até a fronteira da então Banda Oriental, hoje Uruguai. Em pleno Inverno, estes soldados acamparam muitas vezes em sitios ermos, arenosos, no meio de tempestades com a fúria do Atlântico Sul ao largo. Atravessaram de cima a baixo a Lagoa Mirim, desde a vila de Rio Grande, pelo canal de S. Gonçalo, entrando logo em território da Liga Federal (ou dos Povos Livres) pelo arroio de S. Miguel.

Este é um projeto em andamento em que pretendo traçar o trajeto das diversas colunas da Divisão dos Voluntários Reais, com base no itinerário oficial estipulado pelo estado-maior divisionário, incluindo os depósitos de víveres, e duas memórias: a do Tenente-coronel Francisco de Paula Azeredo, comandante
António Claudino de Oliveira Pimentel
do 2.º batalhão do 2.º Regimento de Infantaria (que nasceu do antigo 3.º Batalhão de Caçadores, dos 4 com que se formou originalmente a DVRPríncipe (1)); e a do Tenente-coronel António José Claudino de Oliveira Pimentel, que estava na vanguarda e, portanto, nas primeiras colunas desta marcha.

Os descritivos no mapa irão sendo atualizados com datas de passagens, com as observações gerais dos memorialistas. O coronel Claudino de Pimentel chegou a ser vítima de uma suposta tentativa de homicidio por um outro oficial. Foi em Torres, quando a vanguarda entrou no Rio Grande do Sul.

Fontes memorialistas:
- AGUILAR, Francisco D’Azeredo Teixeira D’, Apontamentos Biographicos de Francisco de Paula D’Azeredo, Conde de Samodães, Porto, Tip. Manoel José Pereira, 1866;
- PIMENTEL, Júlio Machado de Oliveira, Memorial Biographico de um militar ilustre O General Claudino Pimentel, Lisboa, Imprensa Nacional, 1884;

Para o itinerário oficial pelo Quartel Mestre:
- DUARTE, Paulo de Queiroz, Lecor e a Cisplatina 1816-1828 (3 vv.), Rio de Janeiro, Biblioteca do Exército Editora, 1984.

(1) O nome original da unidade. Muda em Maio de 1816, quando em virtude do falecimento da rainha Dona Maria, se passou a chamar Divisão de Voluntários Reais d'el-Rei. 


ATUALIZAÇÃO:
- Colocação de dados acerca do Coronel Claudino Pimentel [13.5.2014, 10:00]
- Colocação de dados acerca do Coronel Francisco de Paula Azeredo [14.5.2014, 11:30] 

- Colocação de dados acerca do "Itinerário de Marcha da Ilha de S. Catarina até ao Estreito no fim da lagoa de Patos", elaborado pelo major Miguel António Flangini, deputado do Quartel Mestre General. [16.5.2014, 8:00]

28 de março de 2008

Oficial Iluminado


Já tenho aqui referido algumas vezes o que Lecor teve de emblemático na representação de um novo tipo de oficial superior do Exército Português, nascido da Burguesia mercantil, que vem, de certa forma, substituir a Nobreza, classe que mantinha, até inícios de oitocentos, o privilégio das chefias.

Referi também, e não com algum sentido de ironia, que terá sido com toda a certeza, um desses nobres, D. Pedro de Almeida Portugal, 3.º Marquês de Alorna, que liderou a mudança. José Norton, em O Último Távora, demonstra bem este período e toda uma nova casta de oficiais nobres na senda do Iluminismo português, fruto do trabalho do Marquês de Pombal e do seu Real Colégio dos Nobres. Também sei que os Alornas já vinham de uma longa tradição francófila, avançada no seio da velha Nobreza portuguesa - a análise da biblioteca do 1.º Marquês de Alorna mostra-nos isso, com uma percentagem bastante grande de livros não-religiosos, coisa relativamente estranha no contexto da Alta Nobreza.

Lecor privou durante bastante tempo (10 anos) com o seu General, Marquês de Alorna, tomando historicamente o seu lugar na vanguarda do novo pensamento militar português.

Assim, já após a Guerra Peninsular, onde se estabeleceu definitivamente como um novo tipo de comandante, fruto, ao mesmo tempo do rigor britânico e da sua herança pessoal e profissional, Lecor vê-se com o poder de alterar o estado das coisas. Enquanto comandante da Divisão de Voluntários Reais do Príncipe, e durante a longa preparação do corpo em Belém, no ano de 1815, o Tenente-General Lecor procede a uma geral vacinação dos homens da sua Divisão, pelo que no ano seguinte foi subido à consideração das mentes pensantes do nosso Portugal.

Em sessão pública da Academia Real das Sciencias de Lisboa, de 14 de Junho de 1816, o Doutor Justiniano de Mello Franco, ao dar notícia dos indivíduos que se distinguiram em prol da saúde pública em Portugal, anuncia o seguinte:


Foi nomeado Correspondente, e obteve o competente diploma o Ill.º e Ex.mº Snr. Carlos Frederico Lecor, Tenente General, Commandante da Divisão de Voluntarios Reaes do Principe. Este habil General fez vaccinar muitos dos seus Soldados nos ultimos dias da sua partida, e deo as ordens necessarias, para que a vaccinação continuasse durante a viagem.
Aqui fica, sem mais análise que a feita ao início deste post, o resultado das grandes alterações no exército e na sociedade portuguesa, na qual vemos o nosso amigo Carlos Frederico, cavalgando na vanguarda.

* * *

“O Exmo. Sr. General Carlos Frederico Lecór, querendo que a Tropa que conduzia, e ia Commandar ao Rio de Janeiro, fosse vaccinada, os que o percisavão, antes de embarcar, não só concorreo com ella á operação , mas S. Ex.ª, mesmo quiz ser vaccinado o primeiro, e em presença da sua gente , julgando até honrar-se com fazer á instituição Vaccinica a honra de ser seu correspondente, de que com muito boa vontade se-lhe-deo competente Diploma, e as graças por tão delicado comportamento.”

Jornal de Coimbra, Volume IX – Parte I, n.º 46, Lisboa, Imprensa Régia, 1816. p. 252