22 de fevereiro de 2009

Carlos Frederico Lecor: The Making of a Portuguese General

Embora este artigo tenha sido publicado no final do ano passado, já perfazendo quase 2 meses, esta é tão boa altura quanto qualquer outra para o anunciar aqui. É o primeiro de dois artigos que escrevi em língua inglesa para o excelente sítio Napoleon Series, intitulado "Carlos Frederico Lecor: The Making of a Portuguese General". Este primeiro refere-se aos anos enquanto subalterno (até Tenente), e reporta-se aos anos de 1793 a 1797. O segundo, a escrever ainda, irá centrar-se nos anos de 1797 a 1808, período esse que termina com Lecor promovido a Coronel de Infantaria 23, no renovado Exército Português.

Espero que gostem.

http://www.napoleon-series.org/research/biographies/Portugal/Lecor/c_Lecor.html

21 de fevereiro de 2009

Um Livro a comprar

Paulo Estrela, Ordens e Condecorações Portuguesas 1793-1824,
Lisboa, Tribuna da História, 2009.

Definitivamente um livro a comprar, pela pesquisa exaustiva e bem entregue ao leitor, pela ilustração profusa (na capa, a Medalha de Comando da Guerra Peninsular - por 5 acções - atribuída a D. José Luís de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos (1785-1855), 1º Conde de Vila Real) e pela lista de medalhados, no final.

A meu ver, e puxando a minha sardinha à respectiva brasa, só faltava uma imagem de algum quadro de Lecor, quem sabe o de Miguel Benzo, em Montevidéu, com Lecor usando a sua banda da Torre e Espada ... Mas também era só mesmo isso que faltava (digo eu!), pois de resto enche as medidas a qualquer amante de Falerística e História Militar.

Uma fonte biográfica de 1836: A mais antiga?


Após algum tempo de recesso, volto ao vosso convívio com a mais antiga fonte biográfica de Lecor (que eu saiba), publicada na Biographie Universelle et Portative des Contemporains (tomo III), em 1836, o mesmo ano em que Lecor faleceu:


(decidi apenas colocar uma parte, acerca da parte menos conhecida da vida de Lecor)

LECOR (Charles-Frédéric), général portugais, né en Algarve, reçut sa première éducation en Hollande, d’où son père était originaire [na verdade, o pai, Louis Pierre Lecor, era originário de Paris]. Il sé destina d’abord au commerce, mais il embrassa fort jeune encore l’état militaire, et parvint en peu d’années au rang de capitaine. Il dut son avancement autant à son mérite qu’à la protection du marquis d’Alorna, chef de la légion de troupes légères, qui y admit le jeune Lecor. A l’époque de l’entrée de l’armée française à Lisbonne, en 1807, M. Lecor était major [era, de facto, Tenente Coronel] dans cette légion et aide-de-camp du marquis d’Alorna, alors gouverneur de la province d’Alantejo, qui avait en lui une entière confiance, non seulement pour tout ce qui regardait le service militaire, mais encore pour des affaires personelles et confidentielles. Pendant un court voyage que son chef fit à Estremoz, pour y passer en revue les troupes portugaises destinées par le général Junot à former le corps qui devait se rendre en France, M. Lecor évita adroitement d’accompagner son général, en pretextant des affaires dont celui-ci l’avait chargé et qui n’étaient pas encore terminées. Pendant l’absence du marquis il s’embarqua secrètement pour l’Angleterre. Cette conduite peu franche envers son ami et son protecteur, dont le cáractère était plein de loyauté, fut universellement désapprouvée par ceux-là même qui partageaient la répugnance que cet officier montra pour le service français. Revenu en Portugal par suite de l’evacuation du pays par l’armée française en vertu de la convention de Cintra, M. Lecor servit avec distinction dans l’armée anglo portugaise ; il commandait une brigade à l’affaire du Bussaco, s’y distingua par son courage calme et sa présence d’esprit, et fut un des officiers portugais dont le maréchal Beresford fit le plus de cas, et auxquelles il confia, dès la premiere organisation de l’armée portugaise, les plus importants commandements. (...)Resta saber quais as fontes que o autor usou (entre vários que compuseram o dicionário). Este texto, em alguns dos seus elementos, serve de base a apontamentos biográficos futuros, nomeadamente colocando-o como natural do Algarve, como infantil viajante à Holanda, destinado ao comércio, etc.
A vermelho, uma versão da forma como Lecor se terá separado do seu general (Alorna) em 1808, fugindo depois para Inglaterra. Esta versão não aparece replicada em outras fontes subsequentes.


Atualização [19/4/2013]: Leia o livro no GoogleLivros (p.223)