Nos idos de Novembro de 1807, temia-se a chegada dos Franceses, comandandos por Junot e encarregados de invadir Portugal. O Marquês de Alorna, D. Pedro de Almeida Portugal, Governador de Armas do Alentejo, enviou os seus três ajudantes d'ordens, Coroneis Lecor e Boucachar e o Major Gaibão, percorrer a zona a norte do Tejo em busca do invasor. A partir de aqui recorro às palavras do 5.º Marquês de Alorna, D. José Trazimundo, sobrinho, que nos deixou as suas memórias destes dias negros:
(...)
Lembro-me, como se fosse hoje, de vêr chegar a Bemfica o Coronel Lecor, cheio de poeira e lama, com o uniforme em desalinho, porque havia oito ou dez dias que se não despia, e triste, respondendo com difficuldade às perguntas que minhas tias lhe faziam a respeito da posição de meu tio. Serviu-se-lhe, á pressa, uma ceia, e, depois de receber várias cartas de minhas tias, partiu em uma das carruagens que o levou a um dos caes do Tejo, onde embarcou para se reunir ao seu General”.(in: Memórias do Marquês de Fronteira e d'Alorna, D. José Trazimundo Mascarenhas Barreto - p.6)
Foi esta a primeira aparição pública e notória de Lecor, como os olhos de Alorna e do próprio Príncipe-Regente. Lecor levava de volta a Alorna instruções reais que pareciam irreais - deveria abrir as portas das praças portuguesas aos Franceses e recebê-los como amigos.
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