As tristes circunstâncias, em que me acho, me obrigão a hir por este modo pedir a V. Exª. a mercê de ouvir meu irmão Carlos Frederico Lecor, a quem tenho encarregado aprezentar a V. Exª. o meu requerimento, e documentos juntos; e igualmente expor a V. Exª. que sendo eu o unico ofecial de Artilharia que pedio a sua demissão para não servir com os Francezes, nem por isso tenho comseguido aumento no Serviço capaz de dar a perciza manutenção. Deus guarde a V. Exª.
Albufeira, 12 de Dezembro de 1814
De V. Ex.ª
Subdito Obediente
João Pedro Lecor
Esta carta é auto evidente e insere-se em inúmeras outras que já li, onde o Estado não paga o que deve aos militares. Há coisas, portanto, que nunca mudam...
Por outro lado, fica claro que João Pedro Lecor era Governador da Praça de Albufeira, e Major, até esta data, e muito provavelmente até rumar a Belém, integrado na nóvel Divisão de Voluntários Reais do Príncipe (vide post anterior "João Pedro Lecor" - Março 2008).
Por outro lado, fica claro que João Pedro Lecor era Governador da Praça de Albufeira, e Major, até esta data, e muito provavelmente até rumar a Belém, integrado na nóvel Divisão de Voluntários Reais do Príncipe (vide post anterior "João Pedro Lecor" - Março 2008).
1 comentário:
A ingratidão de Portugal para com os seus militares e tão antiga como a nacionalidade.
JOHN MILLEYDOYLE (1781-1856)serviu no exercito portugues durante a guerra penisular. Posteriormente serviu o exercito liberal.
Acabaria por ficar ressentido com a ingratidão de D. Pedro e do Governo do reino por não honrar o que tinham acordado durante a guerra. Chegou a ser ameaçado de que não receberia qualquer soldo pelos serviços prestado, o que também aconteceu com os restantes oficiais britânicos ao serviço da causa liberal. Esta posição, obrigou a intervenção do Governo britânico. Tal como aparece no obituário deste oficial em The Annual Register …, pag 264, «now experienced that ingratitude that is proverbial to liberators and seems natural to the Spanish peninsula».
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