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11 de abril de 2018

Medalha do Barão da Laguna, ou de Distinção do Exército do Sul


Medalha de Distinção do Exército do Sul, também conhecida como Medalha do Barão da Laguna, dada por serviço em campanhas no sul do Brasil entre 1811 e 1824, foi criada pelo Império do Brasil a 31 de Janeiro de 1823 e regulada a 18 de Fevereiro do mesmo ano. Era conferida ao general em chefe e demais oficiais generais, oficiais, sargentos e praças que compõem o exército e esquadra, assim com aos empregados civis com graduação militar.

Desenho
Uma cruz de quatro braços iguais encimada pelo timbre da Casa de Bragança (um dragão alado); no centro da cruz, um círculo. Ouro para os oficiais generais; prata para os demais oficiais e metal branco ou estanho fino para as praças e empregados civis assemelhados.


Anverso: Em campo azul, um ramo de oliveira sobre o cerro de Montevidéu; na orla do círculo central, a palavra “MONTEVIDEO” e dois ramos; nos braços da cruz, a inscrição dos anos que cada agraciado estivesse em serviço na Cisplatina desde 1817. Um ano é só marcado no braço superior; dois vão nos braços laterais; 3 no superior e laterais; 4 em todos os braços; 5 nos quatros de um lado e no superior do outro e por aí adiante, sendo os braços vagos ocupados por rosáceas.
Reverso: Em campo verde, a legenda “PETRUS I.B.I.D.”, significando Petrus, Primus Brasiliae Imperator, Dedit (Pedro Primeiro Imperador do Brasil deu); na orla, uma coroa de louros.

Fita
Verde, com as bordas amarelas; sobre a fita, um passador de metal com o ano MDCCCXXII (1822).

Uso

Deveria ser usada no lado esquerdo do peito. Os oficiais generais podiam, nos dias de grande gala, usá-la ao pescoço.
De forma a ter direito ao uso, era requerido que o Barão de Laguna, Carlos Frederico Lecor (1764-1836) lhe houvesse expedido o título competente, por ele firmado e selado com o selo imperial do exército, indicando o nome da pessoa, a qualidade de metal de que deve ser feita e o ano ou anos em que foi merecida.

Fontes
- Regulação para a distribuição da Medalha de distincção (...), 18/2/1823, Conselho Supremo Militar.
- CMG Léo Fonseca e Silva (redator), Marinha do Brasil: Medalhas e Condecorações, Serviço de Documentação Geral da Marinha, Rio de Janeiro, 1983

Esta é a republicação de uma outra postagem no blogue Clio & Marte, que pode ver aqui.

14 de março de 2009

Leituras Cibernáuticas III - Memoria das Medalhas e Condecorações Portuguezas


Memória das Medalhas e Condecorações Portuguezas e das Estrangeiras com Relação a Portugal [aqui]
Manuel Bernardo Lopes Fernandes
Academia Real de Ciências de Lisboa, Lisboa, 1861


Esta obra já estava disponível no Google Livros inserido na Revista da Academia, mas carecia das litografias, onde podemos ver as medalhas.
Nesta edição, uma espécie de separata, encontramos as imagens das várias medalhas, de acordo com os seus desenhos originais, de Lei.

A visitar, baixar e guardar.

Na imagem, a Estrela de Oiro de Montevidéu [vide pp.85.89 para saber mais].

21 de fevereiro de 2009

Um Livro a comprar

Paulo Estrela, Ordens e Condecorações Portuguesas 1793-1824,
Lisboa, Tribuna da História, 2009.

Definitivamente um livro a comprar, pela pesquisa exaustiva e bem entregue ao leitor, pela ilustração profusa (na capa, a Medalha de Comando da Guerra Peninsular - por 5 acções - atribuída a D. José Luís de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos (1785-1855), 1º Conde de Vila Real) e pela lista de medalhados, no final.

A meu ver, e puxando a minha sardinha à respectiva brasa, só faltava uma imagem de algum quadro de Lecor, quem sabe o de Miguel Benzo, em Montevidéu, com Lecor usando a sua banda da Torre e Espada ... Mas também era só mesmo isso que faltava (digo eu!), pois de resto enche as medidas a qualquer amante de Falerística e História Militar.

17 de maio de 2008

Tenente-coronel Santo António


"Imagem de Sto. António, que acompanhou o Reg. Inf. 19 na Batalha de Vitória, como em todas as acções em que esta unidade tomou parte. D. João, Príncipe Regente, conferiu-lhe o posto de tenente-coronel, tem ao peito a medalha da guerra peninsular. (Do Museu Militar) (Cliché V. Rodrigues)" - Gen. Ferreira Martins, História do Exército Português, p. 290.

No meio disto tudo, o menos importante é o facto da medalha ser a Cruz para sargentos e praças, quando o santo é suposto ser oficial...

Saiba mais em no blogue "Lagos Militar" [1] [2]

14 de maio de 2008

1816-1971


Aqui temos duas condecorações militares portuguesas. Uma, a da esquerda, foi criada em 1816; a outra, em 1971. A primeira, depois de uma guerra, a segunda, durante uma guerra. Entre as duas existem 155 anos, durante os quais Portugal se alterou drasticamente; muito mais do que se pode até inicialmente pensar.

A primeira é a Cruz da Guerra Peninsular, que tanto podia ser em ouro como em prata; a segunda é a 2.ª mais alta condecoração actual que se pode ganhar por feitos em campanha - a Medalha de Valor Militar. Esta segunda condecoração existe desde 1863, mas em 1971 assumiu esta nova forma. De acordo com os novos cânones sociais, esta medalha já vem em ouro, em prata e em cobre.

O propósito deste post é mostrar simplesmente a ligação, não só falerística, pois não conheço nada sobre a razão de ser, nem tampouco o nome do artista que ilustrou a reforma de 1971 das medalhas militares portuguesas (ou, já agora, do artista que fez o desenho de 1816). Assim, resta-me mostrar esta imagem que eu montei e especular um pouco sobre as raízes do moderno Exército Português que se vê reflectido de uma forma simbólica, num pastiche homenagem de sabor pós-modernista, nos gloriosos momentos que teve de 1808 a 1814; de reencontro com si mesmo num novo espaço social, onde não mais a nobreza teria o seu espaço assegurado, mas em que um simples camponês poderia fazer a diferença pelo seu país, nas serras tempestuosamente ondulantes de Trás-os-Montes.

Seja um grupo de camponeses de chuços bramindo liberdade, seja a saga dos burgueses Lecor ou dos pequenos proprietários Azeredos, Saldanhas ou Avillez, a medalha de Valor Militar, ainda em efectividade, serve para nos lembrar da importância da Guerra Peninsular, naquilo que ela transporta de glória e valor, mas fundamentalmente do nascimento do Portugal contemporâneo, em que vivemos e que foi pago em sangue há 200 anos.

A de 1971 lembra-nos os mesmo jovens, 155 anos depois, lutando noutros cenários, sobre outras circunstâncias, mas os mesmos portugueses, os mesmos camponeses, os mesmos burgueses, todos nobres, com a cruz pátea, a abelheira no topo, os mesmos louros frutados, o mesmo brasão nacional...